O sistema linfático é constituído por uma rede de vasos capilares, semelhantes às veias, chamados de vasos linfáticos. Os vasos linfáticos estão distribuídos por todo o corpo com a função de drenar o excesso de líquido que sai do sangue e banha as células, filtrando-o e reconduzindo-o para a circulação sanguínea.
Em suma,. os vasos linfáticos transportam células livres e o “lixo” do corpo. Enquanto os vasos sanguíneos fornecem glóbulos brancos aos órgãos, o sistema linfático os remove e os recicla. O sistema linfático também é muito importante para o sistema imunológico, pois os glóbulos brancos que ele recicla ajuda na proteção contra bactérias e vírus invasores
Porém, por muito tempo se acreditou que o cérebro não tinha um sistema como este. Embora a ideia tenha vindo à tona em 1816 pelo anatomista italiano Paolo Mascagni — que afirmou ter visto vasos linfáticos em cadáveres que estava dissecando —, ninguém nunca conseguiu encontrá-los até meados de 2017, quando a equipe liderada por Daniel Reich, dos Institutos Nacionais de Saúde (Estados Unidos), finalmente conseguiu observar o fenômeno.
Por meio de uma ressonância magnética, os especialistas verificaram que o corante aplicado nos voluntários havia vazado dos vasos sangüíneos e fluía por uma parte do sistema nervoso, entrando nos vasos linfáticos vizinhos. Ou seja, o fluído cerebral pode ser drenado pelo sistema linfático, assim como acontece em outros órgãos do corpo.
Agora a equipe precisa descobrir se este processo funciona da mesma maneira em pacientes com esclerose múltipla ou outros distúrbios neuroinflamatórios. Pois se for o caso, a descoberta pode mudar radicalmente o que se sobre sobre a relação entre cérebro e sistema imunológico.
Fonte: Medical Site