Ao contrário do que julga o senso comum, o coração não fica no lado esquerdo do peito. Fica no centro do tórax, entre os dois pulmões, logo acima do diafragma. É um órgão muscular oco, que pesa aproximadamente 250g / 300g e funciona como uma bomba hidráulica: é a contração da musculatura cardíaca que produz força necessária para movimentar o sangue de todo o corpo.

A parede cardíaca é composta por três diferentes camadas, classificadas de acordo com sua espessura:

Miocárdio: é a camada do meio e a mais espessa, cuja principal característica é a capacidade de contrair e relaxar, graças a um sistema próprio de estímulos elétricos.

Pericárdio:  é a camada formada por um tecido fibroso e resistente que envolve e protege a superfície externa do coração.

Endocárdio: é uma membrana serosa, fina e lisa que reveste a superfície interna do miocárdio e das válvulas cardíacas, evitando a agregação plaquetária e a formação de trombos.

A Endocardite é justamente uma doença que afeta o endocárdio, isto é, provoca inflamação na membrana que reveste a parede interna do coração e das válvulas cardíacas. Pode ser infecciosa ou não infecciosa.

Endocardite infecciosa/bacteriana: causada por microorganismos que invadem a corrente sanguínea e se instalam em áreas danificadas do endocárdio. Esses microorganismos podem ser fungos, vírus ou bactérias presentes em outras partes do corpo que conseguem invadir a corrente sanguínea, fixando-se no coração. A endocardite bacteriana está associada a um parasita que o sistema imunológico não conseguiu destruir. E a porta de entrada pode ser uma pequena lesão na boca – região na qual habitam naturalmente diversos tipos de bactérias.

Entre os principais sintomas estão: sopro cardíaco; manchas vermelhas ou arroxeadas na pele e no branco dos olhos; nódulos macios nas pontas dos dedos das mãos e dos pés; hemorragias na retina e nos olhos.

Endocardite não-infecciosa: de baixa incidência, acontece nas válvulas cardíacas e no endocárdio adjacente, como manifestação secundária de diferentes problemas de saúde, provocando lesões nas válvulas do coração.

O diagnóstico pode ser feito por exames físico e clínico, além de ecocardiograma, tomografia computadorizada e ressonância magnética. O tratamento deve começar tão logo surja a suspeita da infecção. De preferência, em ambiente hospitalar, pois exige a administração de doses altas de antibióticos por via endovenosa durante semanas. Quando não for possível controlar a infecção a tempo, a cirurgia pode ser um recurso para melhorar a função cardíaca.

Atualmente, a indicação de antibióticos preventivos é reservada apenas a pacientes de risco. Mas para proteger o coração, a melhor maneira de prevenir a endocardite é cuidando da saúde bucal: escove os dentes de forma correta; use fio dental; visite o dentista regularmente; reduza o açúcar na dieta; evite cigarro e esteja sempre alerta para a aparência das suas gengivas.

Fonte: Medical Site